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Thor

Essa avalanche de filmes de super heróis tem mostrado que nem todos as personagens conseguem render boas adaptações cinematográficas. Thor sempre foi um herói, que mesmos na histórias em quadrinhos (HQs), possui um número bem reduzido de fãs. É uma personagem complexa, oriundo da mitologia nórdica, e que por incrível que pareça, diante de todas as minhas dúvidas, deu certo na telona.

A adaptação para o cinema do loirão forte e seu martelo ficou a cargo de Kenneth Branagh, mais conhecido pelas adaptações cinematográficas das obras de Shakespeare e o fabuloso Frankenstein de Mary Shelley. Em sua primeira incursão dirigindo um filmão "pop pipoca", Branagh acerta em transformar esse primeiro filme como se estivesse fazendo uma introdução de um livro. Pouca gente conhece Thor, ou seja, há mais diálogo e emoção, menos ação.

Se por um lado roteiro e direção apresentam com primor o reino mitológico de Odin e o dilema entre seus dois filhos, Thor e Loki, a escassez de sequências de ação vai afastar o espectador que deseja apenas mais um filme com milhões de efeitos, lutas e explosões a cada cinco minutos. Sendo explicito: Thor é o contrário de Homem de Ferro.

O filme tem seus erros e exageros, como os excessivos planos holandeses que Branagh, que consiste em cenas  na qual a linha do horizonte fica inclinada na tela. Infelizmente, o roteiro não consegue explorar muito a relação da família de Odin, o que deixa a matriarca, interpretada por Rene Russo, sem função na narrativa. É compreensível se encararmos que esse é o começo de uma história maior, assim, se espera um melhor aprofundamento nos próximos filmes.

O grande acerto do filme está na escolha do elenco. Convenhamos que ter Anthony Hopkins vivendo Odin abre um bom leque de possibilidades. Chris Hemsworth se encaixa muito bem como Thor, sobretudo nas cenas que divide com a sempre ótima Natálie Portman. Outro que merece atenção, sobretudo pelo o que transmite no olhar, é Tom Hiddleston, que interpreta o irmão Loki.

Dar o primeiro passo em um franquia de filmes é sempre o passo mais difícil. A saga do Deus do Trovão começa bem e, se não cometer os tropeços ocorridos em Homem de Ferro 2, pode gerar outros bons longas. Quisera eu que o bom senso e a prudência que os realizadores tiveram com Thor também tivesse ocorrido com o filme do Demolidor - O Homem Sem Medo. Transformar uma personagem complexa em um mero filme de ação nem sempre dá bons frutos. A Marvel deve ter aprendido isso.

 
Thor (2011) 
Direção: Kenneth Branagh

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com -

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