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Os Miseráveis

Os musicais pertencem a um gênero do cinema que tem uma divisão bem distinta do seu público, os que amam e os que odeiam. Difícil ficar em cima do muro. Com o aclamado Moulin Rouge, em 2001, e o vencedor do Oscar, Chicago, de 2002, o gênero teve um sopro revitalizante, mas que não rendeu bons filmes como se esperava. Tom Hooper, vencedor do Oscar por O Discurso do Rei, trouxe não só para o cinema a versão musical da Broadway do clássico livro de Victor Hugo. Trouxe a Broadway de fato para as telonas, com as personagens cantando em todos os momentos e transformando os diálogos em extensas canções. Isso agrada aos adoradores de musicais, mas vai soar estranho para grande parte do publico.

Anne Hathaway está excelente nos breves momentos em que sua personagem aparece e a garota canta muito bem. Contudo, quem se mostra exuberante é Hugh Jackman, que já atuou na Broadway, e deixa claro que é muito mais que um ator com a cara do Wolverine. Ele é o grande agraciado da produção.

Os Miseráveis possui poucos momentos sensacionais, daqueles que mexem com o espectador. Do ponto de vista estético e das atuações, o filme é impecável. Com exceção dos momentos de Anne Hathaway, a cena da morte de Éponine, e a dolorosa e bela conclusão do filme, o longa se mostra mais morno do que deveria e, em algumas vezes, soa chato. Isso pode ser visto a cada instante que a personagem de Russell Crowe insiste em querer cantar. Um escolha infeliz do elenco.

Aos fãs do gênero o longa vai agradar em cheio. Pra mim, foi uma ótima oportunidade para Hugh Jackman e a ratificação do tamanho do talento de Anne Hathaway. Os Miseráveis é um bom filme, mas que como uma boa canção, ela não precisa ser toda requintada e cheia de variações. Ela precisa tocar a alma de quem escuta. É nesse ponto que o longa não consegue atingir continuamente o espectador.



Os Miseráveis (Les Misérables - 2012)
Direção: Tom Hooper
http://www.imdb.com/title/tt1707386/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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