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Planeta dos Macacos: O Confronto

Com o eficiente primeiro filme, Planeta dos Macacos: A Origem, era óbvio que uma nova franquia estava em andamento e que Andy Serkis iria nos dar o prazer de acompanhar esse talentoso ator que consegue dar vida e emoção à personagens digitais, como é o caso de Caesar, o Gollum da Trilogia O Senhor dos AnéisAventuras de Tintim e King Kong). O maior mérito dessa sequência é conseguir realizar um entretenimento arrasa-quarteirão competente e ainda ampliar a discussão evolucionista já iniciada no primeiro filme. Parece fácil, mas raras são as produções que entretêm e conseguem instigar o espectador. Hollywood anda mancando demais pela primeira opção.

Com um elenco de ilustres desconhecidos para o grande público,  Jason Clarke (O Grande Gatsby) e Keri Russell (da série Felicity), a exceção fica por conta de Gary Oldman, como um pseudo antagonista, que raramente dá as caras no filme. O longa assume um caminho arriscado em focar, quase exclusivamente, nos macacos. Nota para o trabalho exuberantes das construções digitais dos macacos, que nem notamos que aquilo tudo não é real.

A primeira parte é ambientada em Caesar e sua sociedade na floresta, as interações com os demais macacos e a organização social criada por eles. É muito ousado, por parte do diretor Matt Reeves (Cloverfield - Monstro), concentrar os minutos iniciais de um "filmão  blockbuster" em macacos que conversam por meios da linguagem de sinais. Tinha tudo para soar chato e arrastado, mas Reeves tempera muito bem a dinâmica das cenas, hora com Caesar refletindo o impacto da chegada dos humanos em seu território, hora com as explosões emocionais das personagens e suas consequências para a trama. O filme discute com inteligência as similaridades entre homens e macacos, que ambos pertencem ao mesmo grupo de mamíferos, os primatas, embora um tanto separados pela evolução. A constatação de Caeasar diante de suas escolhas e também das escolhas de membros do seu grupo engrandecem a discussão proposta pelo filme, culminando em uma eloquente conclusão.

O mais fabuloso em Planeta dos Macacos: O Confronto é que tanto o mocinho quanto o vilão, são os próprios macacos. O ótimo roteiro consegue irritar os detratores evolucionistas da nossa origem primata, pois Caesar não é nada mais que um parente distante que comete os mesmos erros que já fizemos e, ainda hoje, insistimos em repetir. Afinal, o homem nunca deveria matar outro homem. A não ser que este não mais mereça ser chamado assim. Agora, quem é que define quem é ou não é homem? Ou talvez, macaco? Se é homem ou macaco, palestino ou israelense, o que motiva essa autodestruição que, tudo indica, vem de muito longe?



Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes - 2014)
Direção: Matt Reeves
http://www.imdb.com/title/tt2103281/

Gilvan Marçal - gilvan@gmail.com
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